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SAÚDE É DEMOCRACIA

  • Foto do escritor: realizadorx
    realizadorx
  • 20 de mar. de 2020
  • 2 min de leitura

Apesar das mais altas tecnologias e do progresso científico, o mundo não é mais o mundo de Galileu, de Franklin ou dos gigantes e das gigantes que, na ânsia por conhecimento, deixaram seus nomes eternizados nas suas contribuições à Humanidade. E sem fazer referência ao que aludiu Comte, ao se referir à ciência como solução pra tudo, as nossas filosofias e crenças são cada vez mais perversas, egocêntricas e individualistas.


O mundo, e agora referindo-me ao mundo Brasil de diversos parâmetros, hoje se paralisa para contemplar o fantasma da ignorância. Ignorância porque nós [brasileiros e brasileiras] só conseguimos visualizar, no momento de desespero e risco de nossos próprios umbigos, a importância do SUS. Apenas agora notamos que o nosso velhinho barrigudo com saco de presentes é, na verdade, enorme e eficiente, mas que faltam recursos gerenciais para seu pleno funcionamento.


Agora notamos a importância do pleno funcionamento do organismo vivo sociedade, que afirmou Durkheim, para a garantia do sucesso social. Mas não é isso que alarde os governantes, que por hora se preocupam com a flexibilização trabalhista totalmente injusta e sem padrões sociais sem voltar os olhos para os mais vulneráveis. O Brasil é múltiplo, e para minimizar os impactos da pandemia causada pelo COVID-19, o coronavírus, é preciso investir em saúde pública.


É preciso que o cara que foi de férias pra gringa tenha acesso ao álcool gel e ao necessário para se ficar em quarentena, mas estocando alimentos e diversas unidades de álcool fica ainda difícil pro cara do morro do Alemão, que nem acesso à água encanada também se previna. O contágio não tem preconceito nem xenofobia nem racismo nem homofobia nem diferencia ricos de pobres, mas de certo afeta mais ainda aqueles que estão em condições insalubres.


A nível SUS, que mesmo em condições normais sofre pela falta de políticas organizacionais para filas, resgato a medicina preventiva tão pregada por Sérgio Arouca, que, na abertura da 8ª Conferência Nacional de Saúde, em 1986, saudou, nas suas importantes palavras, “saúde é democracia”. E sendo a saúde parte fundamental para a democracia, onde estão nossos democratas que garantem saúde à população? Onde estão os olhares para a vulnerabilidade e para as políticas que permitem a manutenção da saúde a todos e a todas?



O coronavírus é uma ameaça e nosso grupo de risco principal, os idosos, correm perigo com nossas irresponsabilidades, e nossas porque não cabe apenas ao governo garantir o mínimo de saneamento básico, mas a nós pensamos coletivamente e não sermos individualistas. De que adianta ter estoques de álcool se o vizinho chegou tarde na farmácia? Muito mais que prevenção, é preciso empatia.


 
 
 

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